segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Queria ter o poder das letrinha.. Como não tenho, faço minhas as palavras dele. E que fique claro: esse texto é pra poucoas pessoas..
AMIGOS
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhe devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
Eis que me permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúmes, que não admite rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são caros, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do meu mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos morrerem, eu desabo.
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto a mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, e principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos.
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vinícius de Moraes
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhe devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
Eis que me permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúmes, que não admite rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são caros, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do meu mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos morrerem, eu desabo.
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto a mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, e principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos.
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Vinícius de Moraes
Um pouco de cultura em palavras:
O Direito ao Foda-se
(Por Millor Fernandes)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta."Não quer sair comigo? Não? Então foda-se!"."Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!"O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituiçao Federal.Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Portugues Vulgar que vingará plenamente um dia."Prá caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Prá caralho"?"Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Prá caralho, o Sol é quente Prá caralho, o universo é antigo Prá caralho, eu gosto de cerveja Prá caralho, entende?No gênero do "Prá caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negaçao, está o famoso "Nem fodendo!"O "Não, não e não!" é tampouco nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo!" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro prá ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Danielzinho, presta atençao, filho querido, NEM FODENDO!".O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!" ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente o "prepone" - presidente de porra nenhuma.Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlato "Pu-ta-que-o-pa-riu!!!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!".Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.Desabotoe a camisa e saia na rua, vento batendo na face, olhar firme,cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!".Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar:
O que você fala? "Fodeu de vez!".
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!
(Por Millor Fernandes)
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta."Não quer sair comigo? Não? Então foda-se!"."Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!"O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituiçao Federal.Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Portugues Vulgar que vingará plenamente um dia."Prá caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Prá caralho"?"Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas Prá caralho, o Sol é quente Prá caralho, o universo é antigo Prá caralho, eu gosto de cerveja Prá caralho, entende?No gênero do "Prá caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negaçao, está o famoso "Nem fodendo!"O "Não, não e não!" é tampouco nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo!" é irretorquível, e liquida o assunto.Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro prá ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Danielzinho, presta atençao, filho querido, NEM FODENDO!".O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!" ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente o "prepone" - presidente de porra nenhuma.Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlato "Pu-ta-que-o-pa-riu!!!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cú!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!".Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.Desabotoe a camisa e saia na rua, vento batendo na face, olhar firme,cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!".Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar:
O que você fala? "Fodeu de vez!".
Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!
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